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Diante de nós um homem em ação. Diante de nós o espaço e o tempo e o homem em ação.
O corpo não é o instrumento do ator. É o LUGAR em que plasma suas formas - AÇÕES. Atos de uma vontade.
Diante de nós um homem exatamente como nós e infinitamente distante. Um semelhante que nos fala do além. Que executa ações muitas vezes incompreensíveis - como nós - construindo uma obra que é antes de tudo um TESTEMUNHO.
Não um ídolo a se adorar, uma jóia na vitrine, mas uma vítima de sacrifício. Sacrifício das inumeráveis repetições, dos exercícios constantes, da busca muitas vezes enlouquecedora de um som, de uma contração, de um sopro precisos. Sacrifício das viagens precárias, dos quartos de hotel, das madrugadas, da solidão...
Vítima que se oferece em testemunho do homem, do cosmos, de Deus - para o homem, para o cosmos, para Deus - e que na transparência de sua técnica faz ver.
Uma presença e um presente que se dá.
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